11.17.2012

t & w | manual do erro com que já não se consegue viver | ella


| TENDER WONDERLAND| 
by
Ella

Foi como desbloquear. Foi o derramar de uma vida. Saber que existe uma dor maior que que a minha alma. Foi entender a dor. Comer a dor cravejar a dor enterra-la e arranca-la ao momento foi servir e come-la. Custa-me a sinceridade perdida de conhecer que há erros com que não consigo viver. Venha os céus e os dias passados os meus diálogos a perseguição da teoria da felicidade que há um erro esse erro de errar um mundo, que jamais vou conseguir viver. Muda-se a vida e a vida vem connosco. Vestimo-la com uma cidade diferente, interesses diferentes e na merda da bagagem esquecemos nos de sincenrizar o erro. Esquecemo-lo dizemo-lo enterrado e ele vai e desenterra-nos. Mortos e monstros. Pequenos senhores, de coração mentindo aos dias que passam. 

E o que ninguém pergunta é: e o que se faz no dia quando se acorda tarde demais?
Quando a dor está tão viva, quando não existimos, quando e como pensamos ser?

Nesse dia vês tudo. Vês onde estás e como estás. Nesse dia não existem mais noites acompanhadas no sozinho, nem triste dia em claro. Já não se finge. Já não se sofre. Vivemos com ela. A dor e o erro de não aceitar. E a partir desse dia só seremos quem somos. Desprovidos da alma grande ao sol e o perdão nas mãos. Escrevem-se palavras sinceras e morremos na febre de estarmos como não queremos.
Nesse dia não se renasce. Nesse dia acordasse. Deitasse com a força de quem carrega a certeza de quem já sabe para o que serve uma vida.
Devemos cumprimentar quem somos. Mostrar a casa onde vivemos e apresentar os nossos interesses. Devemos preparar a humildade para ser madastra de quem sempre nos vai  lembrar à dor a dor que ela tem.

Devemos viver o mundo como o dia da primeira vez. Não devemos ser maus. Egoístas. Nem viver de certezas. Orgulhos. Que nem temos. Não somos caprichos, nem razões. Devemos ser nós. E só nós isso basta ao mundo. A Deus e a ti. Ser bons, saber que somos somente bons. Aquele que sabe logo que está a fazer mal e só deve saber uma coisa: que terá uma consequência. Tratar bem e não criticar o tudo e o nada. É naif. E assim devemos nos manter. Nesse dia. Sabemos o que nos centra. O que enche. Preenche. Vives bem. Fazes bem e passas o resto dos dias com cara de quem faz bem. Nesse dia é assim. Sempre. Para. Para sempre.

No dia que cai em nós uma epifania sabemos ainda que o mundo não mudou. Que fomos nós e só nós. Mas esse é o dia que vais mudar o mundo. O mundo não vai girar diferente. O que vai girar é a maneira do que levamos e trazemos para casa. Ninguém aceita que mudaste, porque nem a ti disseste que querias mudar. Só mudaste porque já não sabias viver mais nessa dor. Estavas morto. Mentiroso. Bate e não sentes. Sofria no vão. E é só nesse dia onde já só carregavas a vida que é percebes o que mudou. E ninguém aceita. Ou acredita. Terás que sorrir e acenar para trás. Pois não foi hoje. Não. Foi há uma vida que te estranhavas.
E hoje é o dia que eu disse não conseguia viver mais com os meus erros. Não os saudáveis. Esses esforçaram-se para me fazerem chegar até ao dia de hoje. O Erro. O Erro da 'descoragem' de dizer que errei. Esse sim.

O erro do pó que me enchi. O pó amorfo das teoria que não eram minhas. O pó que me deu anos de vida triste. O cinza-pó que não me deu alento na solidão. O que me amargou. O que partiu num cacilheiro.
Porque a queixa de muitas vidas é que se desencontra do amor. Mesmo assim a imaturidade de umas décadas, mesmo assim foi-me recompensada com um grande amor, Amor que eu isolei, maltratei, rebentei porque achava que era melhor do que esse amor. Se pudesse hoje não o faria. Alguém que ama como eu amei e nega e nega porque se achava maior que Deus para escolher, só uma coisa. Não percebe a escolha que fez. Só neste dia.

Sim não estaria sozinha
Errada
Sofrida
Despida
Depressiva
Deprimida
Regressiva

Não foram escolhas. Rastos de pó das escolhas de quem já não sou. Vivo hoje nas minhas gordas teorias e no erro que comi. Os anos que não escrevi. Os hologramas de gente que conheci mas também não as mais encontrei. E vive-se assim. Neste dia que é tarde demais para voltar a amar. Mas é neste dia que acredito até que enfim, já acredito nos meus erros e acredito acima do acreditar que com eles jamais consigo viver. Com eles sei que não os vou mais cometer. Quando mudamos, voltamos a um estado: ao que éramos antes de errar e nesse dia então o nosso mundo acaba de mudar. Porque enquanto formos só o nosso eu a falar só existe uma coisa: acreditar nele. nós.

Dou-me uma segunda chance. E sem grande mundo atrás vou tentar encontrar o que tanto perdi.
Vai ser uma vida!



O amor cura. O próprio ainda mais.

Ella

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